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ANÁLISE CRÍTICA DA ATIVIDADE DE TRABALHO EM ALTURA NO BRASIL

Apesar das inúmeras regulamentações e manuais relacionados a procedimentos de segurança para trabalho em altura, ainda continuamos com um cenário muito critico quando se trata de atividades realizadas com risco de queda de diferentes níveis, principalmente com referência a competência, e capacidade de executa-las com segurança.
Em um mundo ideal, a prevenção funciona para que o acidente não aconteça, contudo, temos uma realidade bem diferente. Os acidentes acontecem e, em sua grande maioria, por falta de informação, ou melhor, capacitação.
As técnicas e os conceitos são tratados de forma muito superficial e banal por uma boa parte de empregadores, colaboradores e, até mesmo, de quem presta serviços nessas atividades. Alguns ´´profissionais“ se capacitam apenas por exigência de algum serviço ou empresa que tenha um procedimento de segurança do trabalho implantado, onde não é permitido que atividades de risco sejam executadas sem uma qualificação por parte de quem vai realizá-las, seja manutenção, pintura, limpeza etc.
Um treinamento de 8 horas, como é realizado o de NR 35 (Norma regulamentadora de número 35), pode não ser tão eficiente com pessoas que não estão envolvidas diretamente neste ramo de atividades. Com um conteúdo programático bem extenso e multidisciplinar, o treinamento de 8 horas é apenas a ponta do iceberg. Devemos entender que nós, seres humanos, somos diferentes uns dos outros e que para alguns a carga horaria mínima prevista na norma é pouco, e não tornará o trabalhador apto a executar todas as atividades em altura, principalmente aos que se enganam ou que são enganados e exercem atividades de progressão utilizando cordas, com outros equipamentos para ascender, descender ou deslocar-se horizontalmente. Na verdade, são atividades de profissionais de acesso por cordas, como é especificado na NR 35, em seu Anexo I (Acesso por Cordas), que por sinal muitos desconhecem o seu teor, mesmo sendo um texto normativo de 2014.
Percebe-se uma melhora bem significativa em relação a qualidade de profissionais que trabalham em altura, contudo, ainda temos muito a melhorar, continuemos então a fomentar as boas práticas de trabalho seguro, bem como o uso de equipamentos de proteção e riscos de acidentes.
Além disso, a norma ainda menciona a garantia à segurança e saúde dos trabalhadores envolvidos direta e indiretamente nas atividades em altura. Entende-se, portanto, a inclusão daqueles que, mesmo não atuando com diferenças de nível, no entorno das atividades estão sujeitos aos riscos relativos ao trabalho em altura.
Conscientização dos riscos por parte de todos que estão envolvidos nesse tipo de trabalho e mudança de hábitos são indispensáveis para evitar acidentes. Isto inclui melhor capacitação dos trabalhadores e acesso as boas informações. Medidas como essas podem fazer a diferença entre a vida e a morte.


rodrigo-fonseca-engenheiro Rodrigo Fonseca

Graduado em Engenharia Civil e Engenharia de Segurança do Trabalho, Bombeiro Militar, Alpinista Industrial, Coordenador de equipes de Resgate em espaço confinado e altura: ThyssenKrupp CSA Siderúrgica do Atlântico e REDUC – BR, Ministra palestras, cursos, seminários e workshops abordando normas de Segurança do Trabalho, Ancoragem / linhas de vida, Controle de pânico e emergenciais, entre outros.
Diretor executivo e Engenheiro de Segurança no Trabalho da KRONOS SOLUÇOES E PROJETOS
Responsável Técnico e Instrutor das disciplinas de trabalho em altura e Espaços confinados na empresa ALPIFIRE-SERVIÇOS ESPECIAIS.